Todos os dias a velha passa sem
saber que passa.
O que pesa mais na velha não são
os pés, mas as rugas que parecem saltar do rosto.
O olhar pequeno, a pele que
obedece as linhas da vida. Linha vertical, caída.
A vela quer morrer, sempre quis,
mas a vida insiste.
E essa velha não troca de roupa e
vive no marrom. Na testa, linhas mil, deve ser porque pensa, pensa tanto que
vai parindo marcas.
A velha sorri, um sorriso falso.
Hoje a velha não quer falar, a boca já enrugou. Eeee, velha, pra que tanta dor,
se os teus olhos ainda vibram como antes?
natália goulart, 18 de julho de 2013.
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